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Reconstrução Auricular
A Reconstrução Auricular é tão complexa que constitui uma sub-especialidade em si mesma. Chegar a dominar essa área tão difícil da cirurgia plástica requer muitos anos de dedicação, esforço e treinamento.
Realizo reconstruções desse tipo há 20 anos, e utilizo a técnica de Firmin desde 2007. É um assunto fascinante para o cirurgião plástico que se dedica a isso. A referida técnica sempre deve ser feita com tecidos do próprio organismo, jamais utilizar próteses de nenhum tipo, já que cedo ou tarde será necessário retirá-las.
É muito importante ter em conta que a melhor possibilidade de reconstrução pode ocorrer na primeira cirurgia. Se a orelha não ficar bem neste momento, dificilmente poderá ser corrigida. É por isso que quando nos consultam pacientes operados com resultados insatisfatórios, chamados de Casos Secundários, nos consultam, devem saber que a orelha pode ser feita novamente. Isto requer nova cicatriz no tórax, do outro lado, e muitas vezes procedimentos bem mais complexos. A orelha pode melhorar muito, mas os resultados jamais serão os mesmos os obtidos em uma Microtia que não foi operada anteriormente.
Com que idade é conveniente operar essas crianças?
A melhor idade para realizar a reconstrução da orelha é a partir dos 10 anos, por duas razões. A primeira, é porque a essa idade o desenvolvimento da caixa torácica é ótima e tem suficiente cartilagem para esculpir o modelo tridimensional, e a orelha do outro lado já chegou a seu tamanho adulto. A segunda razão, e talvez a mais importante, é porque nessa idade, as crianças são maduras o suficiente para querer realizar a operação e enfrentá-la.
Este ponto é muito importante. De nenhuma maneira podemos forçar uma criança a reconstruir sua orelha se ela não quiser. Por quê? Porque, como se trata de uma operação que não é de vida ou morte, e a criança pode viver perfeitamente com sua Microtia, não corresponde aos pais decidir arbitrariamente sobre este assunto, e sim, respeitar a vontade da criança. Em relação ao ouvido, o otorrinolaringologista determinará se é necessário realizar ou não algum procedimento, e discutirá com o paciente e a família qual tratamento corresponde em cada caso. Isto normalmente é feito depois da reconstrução da orelha.
Existem muitas formas de Microtia, mas todas são tratadas da mesma maneira: se esculpe uma estrutura da cartilagem torácica e se introduz debaixo da pele da região. Está na habilidade do cirurgião escolher a forma mais adequada para cada paciente.
De que se trata a operação?
A reconstrução deve ser realizada sempre com os tecidos do próprio paciente para evitar rejeições e complicações a longo prazo. Não se deve realizar esta reconstrução com nenhum tipo de material alheio ao corpo, por mais milagroso que isso possa parecer, já que os riscos de infecção são altíssimos, e infalivelmente nos levam a retirar o material estranho. O tecido que se utiliza é a cartilagem retirada do próprio paciente.
A operação consiste em esculpir a estrutura da orelha, que deve ser perfeita, totalmente tridimensional e com todos os detalhes anatômicos de uma orelha normal. Para isso se utiliza como molde a orelha sadia, já que cada orelha é única, e a reconstrução deve se adaptar a cada caso.
O único local onde se pode encontrar a quantidade de material necessário para efetuar o modelo com todos os detalhes que deve ter, é nas costelas. Utilizamos a cartilagem das últimas costelas, não provocando absolutamente nenhum problema para a criança, salvo uma cicatriz oblíqua de 4 a 5 cm. Em primeiro lugar se implanta a estrutura de cartilagem debaixo da pele da região onde vai ser implantada a orelha. Essa estrutura consta de várias peças que se armam com um arame muito fino, especial para reconstrução de orelha que começou a ser fabricado na Argentina pela empresa Cardiopack a pedido, cujo projeto e desenvolvimento são da Dra. Valotta. É necessário esclarecer que a doutora não recebe nenhum tipo de benefício pela comercialização do mesmo.
Na segunda etapa, que pode ser realizada a partir dos 6 meses após a execução da primeira, se levanta a orelha.
Finalmente, em relação ao ouvido, o otorrinolaringologista determinará se é necessário ou não algum procedimento, e discutirá com o paciente e a família qual tratamento corresponde em cada caso. Isto normalmente é feito depois da reconstrução da orelha.
Utilizamos uma técnica em 2 estapas:
PRIMEIRA ETAPA
A orelha é construída com cartilagem retirada das costelas, extraída através de uma pequena incisão no tórax. Esta cartilagem é modelada no formato da orelha, e é colocada debaixo da pele. Para realizar esse procedimento, utilizamos moldes precisos da orelha sadia. Nos casos bilaterais, escolhemos uma orelha ideal do tamanho proporcional ao crânio do paciente.
Esta técnica serve tanto para os casos de Microtia (ausência congênita de pavilhão auricular) como para os casos de perda da orelha por outros motivos (queimaduras, traumatismos, tumores). Nessa etapa, a orelha está finalizada, porém unida ao crânio.
O fator mais importante a se cuidar na primeira etapa é a cicatrização da pele que cobre a nova orelha, sem problemas de vascularização. Por isso é importante que a incisão realizada na região onde será colocada a orelha seja do menor tamanho possível. Por isso, em algumas fotos aparecem pequenas dobras de pele que sobram. Justamente as deixamos para prevenir possíveis problemas ao cortá-las e acomodar a pele no momento de colocar o modelo.
Finalmente, estas dobras são retiradas sem problemas, alguns meses depois da cirurgia. Em pacientes oriundos de outros países, podemos fazê-lo aos 10 ou 15 dias. É por isso que sugerimos sua permanência em Buenos Aires por aproximadamente 20 dias após a operação para que retornem a seu país com o procedimento realizado e a orelha unida ao crânio.
CASOS COMPLETOS
Caso 1
Caso 2
Caso 3
Caso 4
Caso 5
Caso 6
Caso 7
SEGUNDA ETAPA
Pode ser realizada a partir dos 6 meses da primeira etapa, ou não realizar-se nunca, dependendo da vontade do paciente.
Consiste em separar a orelha do crânio, através da colocação de enxertos de pele.
Aproveitamos este procedimento para obter simetria do outro lado, por exemplo, se a orelha sadia se encontra muito projetada, realizamos sua correção.